sábado, 5 de maio de 2012

MOTIVAÇÃO E PERSONALIDADE


Autor: Mizael de Souza Xavier

Aluno do curso CST em Gestão de Recursos Humanos

Universidade Potiguar – UnP, Natal, Rio Grande do Norte







            A motivação organizacional, para ser efetivada, tem de levar necessariamente em conta os diversos tipos de personalidades existentes dentro de uma organização. Antes de haver estudos mais aprofundados a cerca da importância do fator humano numa empresa, as teorias que surgiam de experimentos e práticas pretendiam fornecer métodos únicos que servissem para a motivação de todos os colaboradores de uma maneira bastante uniforme. Isto é: aquilo que servia para motivar um operário, necessariamente teria de servir para motivar todos os outros. Esse procedimento não levava em conta a diversidade de personalidades e temperamentos existentes numa mesma organização, algo que impossibilita o uso de uma única forma de motivar as pessoas.

            Ao se falar em Gestão de Recursos Humanos ou Gestão Pessoas, é importante o reconhecimento dos termos “humanos” e “pessoas”. O que são seres humanos? O que são pessoas? A forma óbvia como esses termos podem ser definidos e explicados, mostra que o gestor está lindando com uma situação complexa que merece um estudo mais acurado. Atentando para essa realidade, descobre-se que gerir pessoas não significa apenas gerenciar recursos e vai muito além de gerir cargos, funções, tarefas, habilidades, competências. Gerir pessoas implica administrar personalidades, temperamentos, aspirações profissionais, questões de relacionamentos, fatores familiares e sociais. Isto significa que o gestor de pessoas lida de fato com as pessoas, com aquilo que elas representam intrinsecamente e que é anterior às suas responsabilidades profissionais e que, na verdade, as constroem.

Entender o ser humano como um todo – corpo, alma, inteligência, emoção – e as suas diversas manifestações sociais – credo, filosofias, esporte, lazer, família, cultura, aspirações artísticas e profissionais, etc. – faz com que a motivação ganhe proporções ainda maiores, requerendo muito mais cuidado ao lidar com os colaboradores e com a necessidade de motivá-los. É preciso atenção para não utilizar métodos ineficazes que não cabem na realidade de vida de cada indivíduo.

Desta forma, trabalhar a motivação na organização significa lidar com os seus aspectos invisíveis, aqueles que determinam as ações humanas e que não podem ser percebidos pelo olhar. As pessoas são o que são e fazem o que fazem motivadas por disposições interiores, aquilo que as move para praticar ou não alguma ação. Nem sempre o fator que motivou uma emoção ou uma ação em dado momento pode ser facilmente percebido. Sentimentos e ações podem estar impregnados de fatores anteriores ao acontecimento, que podem ser reflexos de situações vividas tanto no próprio ambiente organizacional, como na vida pessoal do indivíduo. Isto é, quando um colaborador toma uma atitude, existe toda uma história precedente.

O que leva a formação de grupos informais no interior da organização? Quais são as causas dos conflitos interpessoais e intergrupais? Que fatores regem as percepções e as respostas aos estímulos externos? Como surgem as normas que determinam a forma de cada um agir num determinado grupo? Por que um mesmo estímulo nem sempre obtém a mesma resposta em pessoas diferentes? Entender o comportamento humano na organização, conforme este ponto de vista, torna-se impossível por meio de uma visão mecanicista da administração e traz como consequência a necessidade cada vez mais crescente de os gestores buscarem um envolvimento mais direto e aberto com os seus colaboradores, aceitando a sua humanidade – de gestores e colaboradores – como peça fundamental no desenvolvimento e no sucesso da organização. Ao invés de máquinas frias, programáveis e reprogramáveis, as pessoas são dotadas de inteligência, sentimentos, desejos e capacidades que jamais podem ser menosprezadas. O operário não deixa a sua humanidade em casa guardada numa gaveta para ir trabalhar.

Compreendendo o comportamento das pessoas no grupo e as suas diversas personalidades, será possível, ainda que de maneira precária, adequá-las ao ambiente e às suas tarefas e, vice-versa, o ambiente e as tarefas a elas. Chiavenato (2005, p. 8) sita sete aspectos visíveis da organização: estratégias, objetivos, políticas e procedimentos, estrutura organizacional, autoridade formal, cadeia de comando e tecnologia. Todos esses são aspectos facilmente percebidos nas organizações. Todavia, são os aspectos invisíveis que dinamizam e influenciam o comportamento das pessoas no grupo. Quando isso não é levado em conta, não há uma estreita interação entre as pessoas como indivíduos (relacionamentos interpessoais), entre os indivíduos enquanto grupo (relacionamento intragrupal), entre os próprios grupos (relacionamento intergrupal) e entre esses três e a chefia. Essa falta de interação afetará diretamente e de maneira negativa a motivação organizacional.

Para que o gestor motive a sua equipe a alcançar os níveis desejados de sucesso, é necessário, portanto, que ele esteja atento ao lado invisível da sua organização, entendendo que este é um fator de suma importância na consolidação do comportamento organizacional. Compreender os diversos tipos de personalidade e aprender a melhor forma de lidar com cada uma delas pode representar um avanço no diálogo entre gestores e colaboradores, entre líderes e liderados, entre as tarefas a serem executadas e os seus executores.

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