sábado, 12 de maio de 2012

A SUBSTITUIÇÃO DO HOMEM PELA MÁQUINA: DESVANTAGENS E VANTAGENS


A Revolução Industrial transformou a realidade das pequenas fábricas artesanais de produtos em grandes indústrias de fabricação em massa. Com ela vieram as máquinas e com as máquinas a necessidade de mão de obra, de trabalhadores capazes de operá-las. Aos poucos esses operários foram se transformando em máquinas, considerados apenas uma extensão da engrenagem que operavam. Com o passar dos anos a com as grandes revoluções sofridas no pensamento organizacional, o ser operário encontrou o seu real valor, passou a ser considerado capital humano e a peça mais importante para o sucesso de qualquer empreendimento, chamado agora de colaborador, ou de uma maneira mais assertiva: de parceiro.

            Mas as inovações tecnológicas apresentaram uma nova e revolucionária realidade: a máquina substituindo o homem. Uma mesma máquina é capaz de produzir com maior velocidade e eficiência o que meia dúzia de operários possuía capacidade para produzir. Seja na agricultura, nas fábricas de automóveis, por exemplo, ou na construção civil, aos poucos necessita-se de menos mão de obra humana para a produção. Máquinas operam máquinas e os poucos seres humanos que ainda são necessários, precisam estar altamente qualificados, aprendendo e atualizando-se constantemente para acompanhar a constante mudança que a tecnologia de ponta impõe.

            Uma das consequências negativas do avanço tecnológico e da substituição da mão de obra humana pelo trabalho de máquinas e equipamentos, é o fechamento de várias frentes de trabalho. Algo que pode exemplificar essa realidade é a atual obra de reforma realizada num grande shopping da capital potiguar, Natal. Uma única máquina, utilizada para quebrar concreto e derrubar paredes, faz o trabalho que provavelmente demandaria em torno de vinte operários para ser realizado com a mesma eficiência e no mesmo espaço de tempo. Levando-se em conta que um único homem opera esta máquina e consegue dar conta do serviço, supõe-se que outros dezenove operários estão dispensados. Isto é: menos dezenove empregos diretos deixaram de ser produzidos.

            As consequências sociais do desemprego são conhecidas: aumento da população ociosa, da ansiedade e do estresse, trazendo mal-estar social e diminuindo a qualidade de vida das pessoas, como indivíduos e/ou grupos; aumento do número de trabalhadores informais e não remunerados, sem contribuição de impostos e sem garantias trabalhistas; aumento da criminalidade e do consumo de substâncias entorpecentes; quebra da autoestima, da motivação pessoal, da expectativa de vida e da felicidade. Tais exemplos são básicos. Uma análise mais aprofundada revelaria problemas ainda mais complexos e difíceis de serem tratados.

            Todavia, existe um lado positivo na substituição do homem pelas máquinas. A partir do momento em que uma máquina substitui trabalhadores que executavam certa tarefa, para onde esses trabalhadores vão? Embora isto requeira a atitude pessoal de cada um, o fechamento de uma frente de trabalho abre inúmeras oportunidades para diversas outras frentes. Aquele operário que perdeu o seu posto de trabalho porque uma máquina está agora fazendo o seu serviço, pode investir em outras áreas de conhecimento e capacidades técnicas. Ele pode se especializar em áreas onde as máquinas não podem atuar e que estarão sempre dependentes do capital humano, do capital intelectual que uma máquina, por mais avançada que possa ser, não possui. As opções são inúmeras e requerem do trabalhador atitude e capacidade de mudança e o desejo de crescer profissionalmente, galgando lugares mais altos na sociedade.

            As máquinas, na verdade, jamais substituem o trabalhador: elas substituem funções numa empresa, normalmente voltadas para a parte técnica de produção ou de informação. Numa organização, o ser humano é insubstituível enquanto pessoa, enquanto peça fundamental no sucesso organizacional. O que se pode fazer é deixar que as máquinas executem o trabalho pesado e treinar o trabalhador para operar em outras frentes que exijam talentos e cognições que somente as pessoas possuem. A Gestão com Pessoas tem um papel crucial nesse processo, selecionando, treinando e capacitando os colaboradores para atuarem na organização de maneira eficaz e transformadora, fazendo aquilo que equipamentos elétricos e eletrônicos não podem fazer. Por sua vez, trabalhadores que perdem seus empregos devem estar abertos a novas possibilidades e experiências reveladoras de novas competências.

DIFERENTES TIPOS DE PERCEPÇÃO EM GESTALT


Trabalho apresentado na disciplina de Psicologia Organizacional do curso de Gestão de Recursos Humanos, UNP, Natal, RN

Aluno: Mizael de Souza Xavier



Introdução


De acordo com a Gestalt, que estuda o processo de percepção, o comportamento não é uma resposta a um estímulo como ele é, mas como o sujeito o percebe. Nós agimos de acordo com o que achamos, com que estamos vendo e criamos comportamentos baseados nisso. Aquilo que vemos não está isento de preconceitos e é influenciado pelo meio e por diversos outros fatores. Por isso, o comportamento deve ser estudado nos seus aspectos globais, nos quais as partes estão sempre relacionadas ao todo.


 Percepção visual


            Um exemplo interessante de percepção visual preconceituosa que leva a comportamentos distorcidos da realidade, pode-se encontrar nas páginas da Bíblia Sagrada. Ele está descrito no livro de Números (capítulos 13 e 14) e faz parte dos primórdios da história do povo hebreu, o qual viria a se tornar a nação de Israel, ou o povo de Deus. Antes de entrarmos neste episódio, é preciso lembrar que, dentro daquele contexto histórico, aquele povo tinha acabado de ser liberto milagrosamente do cativeiro do Egito, onde trabalhava como escravo. Eles estavam, agora, caminhando pelo deserto, rumo á terra prometida por Deus, Canaã. Saber disso é fundamental para a compreensão do nosso exemplo, isto é, a terra que eles iriam espiar já havia lhes sido prometida como herança pelo próprio Deus: independente das circunstâncias, Canaã já era deles.

            Moisés, o líder levantado pelo Senhor para guiar o seu povo, seguindo instruções do próprio Deus, enviou homens para espiar a terra de Canaã. O seu objetivo era de ver como era a terra (se era fértil ou estéril, se tinha matas) e o povo que lá vivia (se forte ou fraco, se poucos ou muitos). Após quarenta dias viajando por todo aquele território, os espias voltaram e relataram tudo que haviam visto. A primeira vista, o parecer dos espias era favorável: a terra emanava leite e mel, o seu povo era poderoso e a cidade bastante fortificada. Então Calebe, que também tinha ido espiar a terra, infamado pelo relato positivo, fez calar o povo perante Moisés e disse: “Eia! Subamos, e possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela” (v. 30). Na sua visão, aquela era uma batalha já ganha.

             A reação dos outros espias, porém, foi bastante contraditória e mostra que percepção eles de fato tiveram de tudo aquilo que haviam visto em Canaã: “Não podemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. E diante dos filhos de Israel, infamaram a terra que haviam espiado, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que devora os seus moradores; e todo povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes (os filhos de Enaque são descendentes de gigantes) e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos” (vs. 31-33). Logo, dentro de um mesmo contexto e situação, pessoas diversas possuíam visões totalmente diferentes e contrárias uma da outra. Por que isso aconteceu?

            Conforme aprendemos sobre a perspectiva em Gestalt, a visão que temos de um objeto é um dado importante para a compreensão do comportamento humano. Para os gestaltistas “entre o estímulo que o meio oferece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção” (BOCK, p. 60). Foi justamente esta percepção que determinou o comportamento daqueles espias. Mas por que alguns se animaram diante do que viram enquanto outros agiram com medo e se negaram a possuir aquela terra? Os espias medrosos, por assim dizer, basearam a sua visão em traumas passados e imagens equivocadas que vinham construindo de si durante longos anos. Vale salientar que aqueles homens estavam acostumados a uma vida de escravidão no Egito, onde eles eram considerados apenas como objetos, como mão de obra nas construções faraônicas. Eles, na verdade, não possuíam valor algum. Quando espiaram Canaã e se depararam com gigantes, esse sentimento de inferioridade veio à tona e acionou um gatilho em sua mente que afirmava que eles jamais conseguiriam sobrepujar aquele povo e tomar a sua terra. Eles foram condicionados a agir como escravos, como “nadas” e as suas ações se baseavam ainda nessa ideia preconceituosa: Eles são fortes, nós somos fracos.

            A prova de que as ações daqueles homens e daquele povo eram determinadas por uma visão distorcida de si mesmos, construída com o passar dos anos, está nos versículos posteriores, no capítulo 14. O desânimo dos espias contagiou toda a congregação, que regressou mentalmente à época em que ainda eram escravos e desejaram voltar às cadeias e ao trabalho forçado. Eles diziam: “Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?” (14:3). Agora, a percepção errada dos espias passava a fazer parte de uma mentalidade coletiva que, diga-se de passagem, não havia presenciado nada, mas apenas agido de acordo com as percepções dos outros. Na verdade, eles ainda não se sentiam um povo liberto, mas cativo. O cativeiro estava cravado em suas mentes.

            Mas ainda havia o grupo daqueles que regressaram animados de Canaã e desejavam tomar para si aquela terra. Eram Josué e Calebe, que rasgaram suas vestes como demonstração da sua indignação e disseram: “A terra pelo meio da qual passamos a espiar é muitíssimo boa. Se o Senhor se agradar de nós nos fará entrar nessa terra, e no-la dará: terra que mana leite e mel” (vs. 7,8). Ainda assim, a congregação disse que os apedrejassem. O seu medo era maio que as promessas de Deus, maior que a certeza de que aquela terra já era deles e não havia motivos para se preocuparem. Josué e Calebe, tendo a imagem da realidade livre da influência do passado escravo, estavam motivados a prosseguir.

            O que percebemos, então, é que inúmeros fatores podem influenciar na percepção que temos das coisas. Uma mesma figura – ou situação – pode ser vista de maneiras diferentes por pessoas distintas e tudo dependerá de quais fatores influenciadores estão agindo no momento: traumas, complexos, preconceitos, aprendizado desvirtuado da realidade, mensagens distorcidas, baixa autoestima, falta de fé (como claramente estava presente naqueles homens), desconfiança, conformismo, apatia. Ou pode ser: segurança, visão otimista da realidade, autoestima em alta, mensagens corretas, aprendizado sadio, disposição para enfrentar a adversidade, coragem, fé. Parece que a resposta que daremos a cada estímulo dependerá tão somente das nossas disposições interiores (mental, espiritual, emocional e fisiológica). Mas não é só isso.

            As nossas ações diante das questões e situações que a vida nos apresenta dependerá das respostas que daremos a cada estímulo. Um exemplo clássico é o de uma criança exposta a um ambiente hostil e outra a um ambiente de cuidado afetivo. Uma está rodeada de brigas entre os pais e dos mais diversos problemas sociais (drogas e violência urbana, por exemplo); a outra vive numa família ajustada e mantém contato apenas com coisas sadias e prazerosas (lazer, boa educação, por exemplo). Que respostas esperamos da primeira criança aos estímulos exteriores? E da segunda? Geralmente acreditamos que a primeira criança, por conta do seu meio, desenvolverá distúrbios sociais e de personalidade, enquanto a segunda crescerá como um “cidadão exemplar”. Isto pode estar correto em alguns casos, mas não em todos. A percepção que cada um terá da realidade pode estar impregnada pelo meio em que vivem e pelos estímulos que recebem desse meio, mas a resposta a cada um desses estímulos – positivos ou negativos – dependerá de cada indivíduo.

            Muitas pessoas que durante a sua infância sofreram todo tipo de agressão à sua autoestima, acabam se transformando em pessoas dóceis, seguras do seu valor, confiantes e dispostas a pagar com o bem todo mal que receberam. Não existe escola de bandidos e escola de mocinhos; o que existe é a resposta individual que cada um dará aos estímulos recebidos. Por isso, muitas crianças criadas em lares sadios, onde a sua autoestima é cultivada e onde não lhes falta o necessário para a sua sobrevivência, acabam se tornando indivíduos problemáticos e até mesmo delinquentes juvenis. Apesar de todos os estímulos positivos que receberam durante toda a sua infância, findaram desenvolvendo atitudes negativas. Esse é, segundo a teoria da Gestalt, o seu “meio comportamental”, isto é, “o meio resultante da interação do indivíduo com o meio físico”, que “implica a interpretação desse meio através das forças que regem a percepção (equilíbrio, simetria, estabilidade e simplicidade)” (idem, p. 63).

            Dentro da nossa discussão, porem, o indivíduo parece agir em total desacordo com os estímulos do seu meio em dados casos, o que torna o estudo do comportamento humano algo ainda mais complicado. Assim como vemos uma pessoa de longe e a confundimos com alguém que conhecemos, porque “nossa percepção do estímulo (a pessoa desconhecida) naquelas condições ambientais dadas é mediatizada pela forma como interpretamos o conteúdo recebido” (idem, p. 62), parecemos observar a realidade e confundi-la também.  Existem quatro tipos de respostas aos estímulos recebidos[1]:



·         Uma resposta positiva a estímulos positivos: por exemplo, uma criança é estimulada a estudar e responde positivamente a esse estímulo, tornando-se um ótimo aluno. Ou um funcionário de uma empresa recebe treinamento e é motivado a trabalhar melhor para aumentar seu percentual de ganho e procura de fato melhorar e crescer.

·         Uma resposta negativa a estímulos positivos: no caso, a criança, embora recebendo estímulos positivos para que estude, dá uma resposta negativa, tornando-se um estudante problemático. Ou o funcionário que é motivado não se deixa motivar interiormente e age em desacordo com o que é esperado dele.

·         Uma resposta positiva a estímulos negativos: por exemplo, uma criança que recebe um estímulo para usar drogas responde positivamente e faz uso delas. No caso do funcionário, quando a empresa não investe nele e não o trata com o devido valor, ele permite que isso permeie a sua vida profissional, acomodando-se a esta situação e se transformando realmente em um profissional sem valor.

·         Uma resposta negativa a estímulos negativos: ao ser estimulada a usar drogas, a criança diz não. No mundo empresarial isso acontece muito, pois nem todas as empresas estimulam e recompensam seus funcionários; ainda assim eles podem responder positivamente e se tornarem profissionais ainda melhores, utilizando-se da pressão negativa para produzir efeitos positivos (resiliência).


O que determinará cada tipo de resposta a cada estímulo recebido é o nosso caráter, e este pode ser moldado por fatores ainda mais complexos que podem ser mais bem estudados em outra oportunidade. De momento, porém, basta entendermos a questão da percepção e da resposta que damos a ela, o que influenciará profundamente as nossas ações na vida e na empresa, se pensarmos em termos de Gestão de Recursos Humanos. A forma como vemos e percebemos a empresa, a maneira como respondemos aos estímulos por ela oferecidos é que determinará a nossa atitude e conduzirá as nossas ações no cargo que ocupamos. E, conforme vimos, isto pode ser direcionado para algo positivo ou negativo. Tudo dependerá de nós, sempre.

A teoria de campo de Kurt Lewin deixa isso ainda mais em evidência e nos remete, outra vez, aos espias relatados anteriormente. Lewin conceitua o espaço vital, definido por ele como “a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento” (idem p. 65). Que fatos determinaram o comportamento dos espias? Com certeza não foi apenas a sua baixa estatura, mas, como já vimos, existia toda uma gama de fatores relacionados à sua atitude negativa, inclusive espirituais, como a falta de fé nas promessas de Deus. Isto cabe na teoria de Lewin, que concebe como campo psicológico algo mais dinâmico, onde não somente o indivíduo e o seu meio são agentes influenciadores, mas “a totalidade dos fatos existentes e mutuamente interdependentes” (idem). Toda a vida psíquica, social, religiosa e relacional do indivíduo está presente nas respostas que ele dá aos estímulos que recebe, na sua visão de mundo, no seu mover pela vida. Nada do que ele pense, fale ou faça está isento disto.

Lewin também nos leva a descobrir explicações ainda mais convincentes para o quadro apresentado acima. É a sua concepção de realidade fenomênica que compreende o meio comportamental da Gestalt, ou seja “a maneira particular como o indivíduo interpreta uma determinada situação” (idem, p. 66). Mais que um fenômeno fisiológico, esta concepção está ligada “a característica de personalidade do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida, assim como a situações passadas e que estejam ligadas ao acontecimento, na forma em que são representadas no espaço de vida atual do indivíduo” (idem). No caso dos espias, a sua situação diante daquele povo gigante em uma terra desconhecida e aparentemente hostil, os fez lembrar quem eles achavam que eram: escravos, pessoas fracas, desprezadas e sem valor algum para a sociedade dominante. Uma visão distorcida da própria realidade interior leva à distorção da realidade externa.

As informações recebidas são armazenadas no banco de dados da nossa memória psíquica e podem ser ativadas a qualquer instante, quando a situação exigir. Por exemplo: um funcionário de uma grande empresa é promovido ao cargo de gerente, porque o empresário apreciou o seu currículo e as suas ações na empresa e o acha capaz para ocupar o cargo. Na memória desse funcionário, porém, reaparecem informações negativas que recebera na infância, avisando que ele não tem capacidade nem competência para ocupar o cargo e que por isso deve abrir mão da promoção. Diante de uma situação – a proposta de promoção – ele evoca uma visão totalmente distorcida de si mesmo, construída ao logo dos anos e se vê realmente incapaz de assumir sua nova função, mesmo tendo toda capacidade para isso. Foi uma resposta negativa a um estímulo positivo. Outra pessoa que tivesse recebido as mesmas informações negativas que ele poderia dar uma resposta positiva a sua nova função.

Podemos concluir afirmando que há certa dificuldade em ditar um padrão para o comportamento humano, seja estudando as percepções e os estímulos, seja na tentativa de explicar o seu comportamento em situações diversas, ou buscando compreender, como Freud, o seu psiquismo (consciente, pré-consciente, inconsciente). Como pudemos notar, mesmo os estímulos positivos não estão isentos de receber respostas negativas, ou os estímulos negativos, respostas igualmente negativas. Não é sem razão que o Dr. Augusto Jorge Cury (2006, p. 86-87), psiquiatra e estudioso do pensamento, escreve:


... um pai alcoólatra, agressivo e socialmente alienado poderá gerar dois filhos com personalidades totalmente distintas, pois a cada momento da interpretação eles possuem variáveis intrapsíquicas qualitativamente diferentes, que interpretarão os estímulos advindos do pai de maneira diferente, gerando construções psicodinâmicas diferentes; que se arquivarão em suas memórias como RPSs [Representações Psicodinâmicas] diferentes; que produzirão histórias diferentes; que sofrerão leituras multifocais e financiarão a produção de matizes de pensamentos essenciais diferentes; que sofrerão um processo de leitura virtual e produzirão pensamentos dialéticos e antidialéticos diferentes; que, finalmente, estimularão e redimensionarão o desenvolvimento da personalidade por trajetórias diferentes.


            Em suma, cabe à realidade psíquica de cada indivíduo atuar sobre a realidade externa e seus estímulos, produzindo ações e reações tão diversas quanto à complexidade da existência humana. O que determinará cada pensamento, cada ação cada atuação na história dependerá de como cada um absorve e assimila as informações recebidas, o valor que lhes comuta; as respostas serão apenas um reflexo da somatória desses fatores. Se positivas ou negativas, no momento em que ocorrem, o que decidirá é aquilo que cada um plantou e cuidou dentro de si. Como afirma a Bíblia: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca... o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem” (Mateus 15:11,18).


Percepção tátil


            A percepção do tato faz parte de um dos cinco sentidos do ser humano e está presente também nos animais. Ele continua presente mesmo quando estamos dormindo. Segundo o dicionário Silveira Bueno, tato é o “Sentido pelo qual os animais percebem sensações térmicas, dolorosas, de contato e pressão, cujo órgão é a pele”. Mas mesmo algo tão simples como o sentir a textura dos objetos e o seu calor pode estar repleto de informações erradas e, muitas vezes, distorcidas. Da mesma forma como ocorre com a percepção visual – conforme estudamos acima – o sentir algo pode gerar em nós sensações adversas, incoerentes com o objeto em si. Os exemplos dados em sala durante a aula de Metodologia Científica, quando uma criança se aproxima de um forno quente sem conhecer o risco de queimar as mãos, ou quando quer enfiar o dedo numa tomada ao desconhecer a realidade da energia elétrica, mostram algumas dessas situações.

            O tato estimula a nossa mente e evoca recordações, podendo gerar comportamentos. Tais comportamentos não são, segundo a teoria da Gestalt, uma resposta a um estímulo como ele é, mas como o sujeito o percebe. Por exemplo: para a maioria das mulheres, serem tocadas afetivamente por um homem tende a gerar uma sensação de prazer, bem-estar e segurança. Para algumas que sofreram algum tipo de abuso sexual na infância, acima de tudo se partido do próprio genitor, o fato de receber o estímulo do toque de um homem pode evocar distorções da realidade, trazendo sensações de repugnância, desprezo, medo, indiferença, insegurança e até mesmo ódio. O mesmo pode ocorrer se ela for aquela que deseja tocar.


Percepção gustativa


            Assim como todas as outras percepções, o paladar, uma vez estimulado, evoca todo tipo de reações, boas e ruins. Isto porque não sentimos a realidade do que estamos degustando em si, mas a gama de percepções que isto nos traz. Os dois exemplos que posso dar, tiro-os da minha própria experiência de vida. Quando vim morar no nordeste pela primeira vez, eu tinha 14 anos de idade. Antes de rumar para cá com uma tia do interior, passamos por São Paulo, onde nos hospedamos na casa de um tio, irmão dela. No jantar, foi servido um prato típico do nordeste – cuscuz. Eu jamais havia comido cuscuz e a sensação foi das piores, porque ele estava realmente muito ruim, com um gosto nada agradável. Então, esta foi a primeira experiência que tive na minha vida com este prato.

            Quando chegamos ao nordeste e eu já havia me instalado na casa da minha tia, no meu primeiro jantar, deparei mais uma vez com o cuscuz. Assim que vi aquele aglomerado de farelo de milho cozido sobre a mesa, a minha sensação foi de repulsa, porque imediatamente lembrei-me da primeira vez que havia comido cuscuz em São Paulo. Lembrei do terrível gosto que senti e relutei em comer mais uma vez. Porém, foi preciso encarar o tal alimento e, ao colocá-lo na boca, vi que o gosto era totalmente diferente: era delicioso! Logo percebi a diferença do cuscuz feito pela primeira cozinheira e aquele preparado por minha tia. Lembrar do passado ativou uma perspectiva distorcida em minha mente e me fez rejeitar interiormente aquela realidade, até prová-la e perceber que era totalmente diferente.

            Situação semelhante ocorreu quando servi o exército, já de volta ao Rio de Janeiro, quando já tinha 19 anos. Em alguns dias específicos eles serviam peixe na hora do almoço, e o gosto era também insuportável. Durante quase um ano fui obrigado a comer aquele alimento que minhas papilas gustativas rejeitavam veementemente, até que findei traumatizado. Depois que fui dispensado do exército, carreguei comigo o trauma daquele peixe que eu detestava comer. Em diversas situações deparei com peixes feitos daquela maneira e sentia o gatilho disparar na minha mente, trazendo repulsa até mesmo pelo cheiro que sentia. Ainda hoje, todas as vezes que como peixe meu organismo me faz recordar do que eu comia no exército, isto é, a minha percepção gustativa evoca uma realidade que já não existe e a vivencio como se ainda acontecesse. Isto gera um comportamento distorcido da realidade, da imagem real do peixe, me levando a rejeitá-lo.

            Nisto podemos pensar sobre a negação daquilo que é real em vista da distorção que fazemos da realidade. Quantas experiências deixamos de ter, quantas situações deixamos de viver, quantas coisas maravilhosas e construtivas deixamos de aproveitar por estarmos preso a uma realidade que não existe mais. Negar-nos a viver o presente por medo do passado, não somente nos impede de existir no hoje – estamos sempre presos ao que não é mais – como também dificulta a construção do nosso amanhã. Na verdade, parecemos evoluir em partes, não como um todo. Algumas partes que formam o todo do nosso ser estão doentes e precisam ser cuidadas, para que a nossa totalidade existencial possa se libertar e gerar comportamentos condizentes com a realidade. Ainda que, segundo a teoria da Gestalt, jamais observemos o objeto em si, mas a imagem que construímos dele, conforme vamos nos apercebendo de nós mesmos e lidando com nossos traumas, mais nos abrimos para dar as respostas certas aos estímulos certos e, desta forma, transformar toda a nossa realidade psíquica, emocional, espiritual, fisiológica e, por fim, a nossa realidade social (nosso relacionamento conosco, com as pessoas, com o mundo e com Deus).


Percepção auditiva


            A percepção auditiva também está muito relacionada com a história de vida de cada indivíduo. Cada som que ouvimos, seja numa música ou aqueles produzidos pelo ambiente (o barulho de uma cachoeira, o latido de um cachorro, a buzina de um carro, por exemplo) evocam lembranças que nos trazem percepções diferentes da realidade apresentada. No exemplo da música, quando escutamos uma melodia romântica, podemos associá-la a algum momento da nossa vida onde nos apaixonamos e vivemos uma linda história de amor. A música deixa de ser uma realidade em si para se transformar na sensação que desperta em nós, e esta pode ser tanto positiva quanto negativa, dependendo das lembranças que nos traz.

Lembro-me de um tempo em que morei com minha esposa, hoje ex-esposa, e meu filho numa casa cedida por um primo. Todos os dias, no mesmo horário, numa rua próxima, um alto falante tocava as mesmas músicas num volume altissonante, enquanto um homem apresentava as atrações do “Cine Estrela Dalva”, terminando sempre com a palavra apelativa “anal”. Com o passar do tempo, aquele momento do dia tornou-se uma tortura. Conforme a hora se aproximava, aumentava a minha ansiedade; e durante o espetáculo de poluição sonora, meu transtorno de ansiedade e raiva progredia. Muito tempo depois de sair dali, sempre que ouvia tocar em algum lugar uma das músicas que faziam parte do repertório do Cine Estrela Dalva, eu era acometido de um ataque de ansiedade e de pânico, como se estivesse vivenciando naquele exato instante o mesmo trauma do passado. Demorei muito tempo para me libertar disso.

            Assim como as demais percepções, a auditiva também gera comportamentos e mostra como percebemos a realidade que nos cerca. Aqui podemos nos perguntar: Quem somos quando estamos vivenciando uma experiência passada por meio da percepção de estímulos ocorridos no aqui e agora? Se por alguns instantes nos distanciamos do objeto e da sua realidade intrínseca, estamos, também, nos distanciando de nós mesmos? Percebemos, assim, que a realidade em que vivemos aqui e agora está repleta da realidade que já não é, pois o passado continua presente e atuante nas respostas que damos aos estímulos que recebemos. Ribeiro (1985, p. 78) indaga: “Se o aqui e agora traumatiza, o trauma vem dele ou da relação dele com o passado?”. Surge daí a percepção do todo e das partes.

            Devemos lembrar, porém, que esta percepção é muito mais que fisiológica e está ligada ao meio em que o indivíduo vive e àquilo que acontece com ele nesse meio. O homem não somente age com e na história, mas também interage com ela, criando e transformando a sua realidade, não apenas a partir de percepções como aquelas que estamos estudando aqui, mas igualmente por meio das suas crenças e valores apreendidos, construídos no decorrer de sua vida, onde todas essas percepções estão presentes, mas podem ou não influenciá-lo direta ou indiretamente. É impossível criar generalizações.


Percepção olfativa


            Tudo aquilo que dissemos a cerca das percepções visual, tátil, gustativa e auditiva, pode ser computado à percepção olfativa. Resta-nos apenas exemplificar. Posso citar, mais uma vez, exemplos da minha própria experiência para demonstrar a distorção da realidade presente na percepção olfativa. Alguns aromas que sinto de comidas, das ruas ou algum outro, reportam-me imediatamente a São Paulo, onde morei por um ano e meio. É como se eu entrasse numa máquina do tempo e voltasse aos meus 16 anos. Sou capaz de me situar mentalmente e verdadeiramente sentir até mesmo o clima da cidade do passado, como se estivesse realmente lá. O mesmo acontece com certos cheiros da natureza, que me remetem à minha infância vivida em Petrópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro. Do aqui e agora sou transportado para o passado e volto à realidade em questão de segundos.

            Podemos observar que somos construídos durante o decurso de nossa história de vida por fatores dos mais variados possíveis, que continuam influenciando nossas percepções e gerando comportamentos. Não é somente uma visão intuitiva da realidade ou de essência, mas passa pela prática (Ribeiro), porque o ser humano se constrói e se reinventa a cada dia, absorvendo realidades e irrealidades que constroem o seu caráter, que influenciam no seu temperamento, nas suas decisões, nos seus sonhos. Conforme nos diz Ribeiro (1999, p. 39), “Vemos que o SER, totalidade essencial, se unifica absolutamente, engloba todas as demais realidades, como essências individuais ou existência participante, e tudo se faz inteligível nele e disponível à consciência como o modo de perceber a realidade”. Desconstruir a imagem irreal para que a real – e ideal – retome o seu lugar, deve fazer parte do processo terapêutico.



Bibliografia



BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 13. ed.  São Paulo: Saraiva, 1999.



CURY, Augusto Jorge. Inteligência Multifocal. São Paulo: Cultrix, 2006.



DEUS. Bíblia Sagrada. Sociedade Bíblica do Brasil, ed. Revista e Atualizada, São Paulo, 1990.



RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-Terapia de curta duração. São Paulo: Summus, 1999.

_____________. Gestalt-Terapia: refazendo um caminho. São Paulo: Summus, 1985.





Mizael de Souza Xavier

25 e 26 de fevereiro de 2012.









[1] Esquema desenvolvido pelo próprio aluno/autor.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

bullying: estratégias de superação


Estratégia 6:

Aprenda a praticar a “resiliência”



            Nos muitos apertos que passei sofrendo nas mãos de bullies, eu deveria ter tomado conhecimento da seguinte frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Aquilo que não me mata me torna mais forte (ou me fortalece)”. Enquanto a vítima do bullying não é morta de forma violenta ou comete suicídio, ela permanece viva e capaz de superar as suas crises, de se fortalecer diante das circunstâncias que a cercam. É certo que as marcas deixadas pelas agressões imprimem traumas e complexos terríveis que poderão lhe acompanhar pelo resto da vida, gerando consequências negativas ao seu comportamento e às suas relações interpessoais, mas é possível fazer com que isso seja revertido para algo positivo e construtivo.

Em parte, isso tem sido durante anos uma realidade na minha vida. Digo em parte porque, se de um lado desenvolvi uma dificuldade tremenda de me relacionar com as pessoas, por outro não me deixo abater por isso, mas reconheço o meu valor, as minhas virtudes, os meus talentos, e faço uso de todos eles. Deus tem me abençoado grandemente, tem me dado a chance de fazer escolhas e tomar decisões que servirão para que eu me torne uma pessoa melhor a cada dia, em muitos aspectos. As palavras de maldição que me foram lançadas não me jogam mais ao chão, ao pó da terra, mas me erguem e me dão disposição para crescer sempre. Como dizia o superman no desenho animado que eu assistia quando criança: “Para o alto e avante!”. Sim, sempre subindo, sempre em frente.

Um dos meus grandes exemplos que gosto de dar de superação pessoal é a publicação do meu primeiro livro – Eu te amo. Na última parte deste livro, onde coloquei algumas poesias que escrevi, você poderá ler uma poesia chamada “Vitória”, que fala sobre essa minha luta. Num trecho eu digo:


Enquanto guerreava, os meus inimigos

Fizeram de tudo para me destruir

Suas palavras como espadas perfuravam a minha mente

E eles gritavam do alto: Você não vai conseguir!



            Eram muitos os obstáculos no caminho: internos e externos. Eu olhava para as poesias que eu escrevia e comparava-as com as poesias dos grandes poetas já consagrados, como Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, João Cabral de Melo Neto, Patativa do Assaré, Jessier Quirino, entre tantos outros. Eu me via pequeno demais, insignificante. Quem deixaria de ler os belos poemas de Mário Quintana para ler o que Mizael Souza escreve? Quem escolheria os poemas românticos de um poeta desconhecido no lugar dos belíssimos sonetos do poeta português Luis de Camões? Eu era como uma gotinha insignificante perdida na vastidão de um oceano.

            Além de não acreditar em mim mesmo e na minha obra literária, eu ainda precisava enfrentar o descrédito das pessoas que me puxavam para baixo e me desanimavam. Elas diziam que ninguém gostava de poesia, que ninguém iria comprar o meu livro, que eu jamais conseguiria. E riam de mim quando eu dizia: vou publicar o meu livro. Além disso, eu tinha familiares muito próximos ligados diretamente à área de editoração de livros que jamais me apoiaram ou me incentivaram, muito menos acreditaram no meu trabalho ou desejaram me ajudar na publicação. Não semearam livros na minha vida. Eu tinha todas as condições para me considerar um derrotado e viver acreditando nisso. Eram as mesmas vozes que eu ouvira dos meus agressores na escola primária.

            Somente quando comecei a acreditar no meu potencial e valorizar o meu próprio talento dado por Deus, foi que encontrei força e motivação para vencer. Mas não se vence uma guerra lutando sozinho, precisamos de aliados. E foi exatamente isto que fiz: procurei me aliar a pessoas que gostavam do que eu fazia, pessoas amigas que me motivaram e me ajudaram a concretizar o meu sonho. Entre elas está uma amiga dedicada e fiel, a Inalba. Deixei de olhar para as circunstâncias que me cercavam e fiz das dificuldades um motor para me levar mais longe.

            Fazendo uma leitura da minha vida e todas as coisas boas e ruins que vivi, e buscando absorver os ensinamentos contidos em cada uma delas, cheguei à seguinte conclusão:
 

“Você pode fazer das pedras no caminho um obstáculo intransponível, algo que lhe impedirá de seguir adiante. Mas você pode, também, pegar essas mesmas pedras e transformá-las em degraus para construir uma escada que o levará cada vez mais alto.”


            Tempos depois, descobri através de um livro que isto se chama resiliência. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva (2010, p. 75, 76), as vítimas do bullying podem desenvolver diversos comportamentos diante dessa situação: buscar ajuda profissional para cuidar da sua imagem e da sua autoestima e autossuperação; carregar seus traumas pelo resto da vida, tornando-se adultos inseguros, depressivos ou mesmo agressivos; desenvolver transtornos psiquiátricos sérios, como pânico, depressão, bulimia, psicoses, entre outros; ou elas podem desenvolver algo que os especialistas denominam resiliência.

            O normal é a vitima do bullying se resignar e se deixar derrotar pela opressão sofrida, pelas surras e pelas palavras destrutivas. Ela acaba aceitando que não é nada e que a sua existência é, além de um equívoco, um grande problema para o resto da humanidade. Daí a depressão, o suicídio. Mas enquanto alguns se desesperam, se castram, se fecham, se aniquilam, outros se fortalecem, se levantam e superam todas as crises vividas e sofridas. A diferença entre um e outro é que o primeiro é um ser resignado e o segundo é resiliente. Enquanto um permitiu que as suas forças fossem minadas pelo bullying, o outro usou o bullying como um poderoso capacitor de energia.

            Resumidamente, resiliência significa transformar as situações de tensão em grandes oportunidades de crescimento. Isto é: aquilo que deveria nos enfraquecer, nós usamos para nos tornar cada vez mais fortes. Antunes (2003, p. 13) escreveu sobre a resiliência:


Aplicado à vida humana e animal, representa a capacidade de resistência a condições duríssimas e persistentes e, dessa forma, diz respeito à capacidade de pessoas, grupos e comunidades não só de resistir às adversidades, mas de utilizá-las em seu processo de desenvolvimento pessoal e crescimento social.


Citando Vanistendael, Poletti e Dobbs (2007, p. 14) afirmam que o conceito de resiliência é composto por duas dimensões: “1) resistência à destruição, a capacidade de proteger sua integridade sob fortes pressões; 2) a capacidade de se construir, criar uma vida digna de ser vivida a despeito das circunstancias adversas.” É isso que nós, vítimas do bullying devemos fazer: usar essas situações para fortalecer o nosso caráter, construir uma vida, indiferentes àquilo que ouvimos e sofremos. É possível crescer em meio a um terreno tão hostil. Então se lembre: o que não te mata servirá para fortalecê-lo, se você souber fazer a leitura correta e tomar as decisões certas. Aproveite cada lição que a vida lhe dá, cada aprendizado que o sofrimento lhe traz. Use tudo isso para aprimorar o seu caráter, para fortalecer a sua personalidade. No mínimo, você desenvolverá virtudes como a paciência, a tolerância, a compreensão, a aceitação, a humildade, o afeto. Desenvolvendo-se, assim, você verá que foi duro, mas valeu a pena.

Você não é nada daquilo que dizem de você e Deus tem lhe dado talentos e ferramentas para superar e vencer as crises. Você não é e não precisa ser um derrotado. Algo que me vem à mente são os desenhos que eu assistia quando era criança. Em alguns deles, os heróis utilizavam de todo o seu arsenal para destruir o monstro ou o vilão da história: desferiam todos os seus golpes, usavam todos os seus poderes. Mas havia um detalhe em alguns dos seus adversários: quanto mais eles eram atacados, mais o seu poder aumentava; quando mais os machucavam, maiores e mais fortes eles se tornavam. Eles pegavam toda aquela energia, todo aquele poder acumulado, e usavam para lutar mais e melhor.

            Faça das suas pedras degraus! Transforme os golpes sofridos em um gerador de força capaz de te fazer vencer sempre. Não digo derrotar os seus inimigos que se acham os heróis da história, porque eles em si já são derrotados, até descobrirem que também podem ser e fazer diferente. O que eu digo é que não podemos olhar para baixo, mas para cima; não devemos jamais permitir que aquilo que os bullies fazem contra nós nos transforme em algo ruim. Diante das circunstâncias, devemos lembrar quem somos, nosso potencial, nossos talentos, nossa capacidade de superar os limites e alçar altos voos, independente do que nos digam. Eles são galos ciscando num terreiro, impondo a sua autoridade por meio de sua força, dos seus esporões. Sejamos águias!

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Por uma Gestão com pessoas


Autor: Mizael de Souza Xavier

Aluno do curso CST em Gestão de Recursos Humanos

Universidade Potiguar – UnP, Natal, Rio Grande do Norte



INTRODUÇÃO


            Há muitos anos o meio empresarial vem sofrendo mudanças profundas na área tecnológica e da informação, propiciadas em parte pela globalização e o avanço da Internet. Para se adequarem a este novo mercado e continuarem crescendo e atuando, as empresas tem buscado acompanhar essas mudanças, seguindo tendências e revendo seus valores, metas e objetivos. Tudo hoje muda rapidamente e somente quem caminha lado a lado com essas mudanças terá condições de se firmar no mercado e obter êxito.

            Todavia, não é apenas o ambiente tecnológico e de informação que tem sofrido reconfigurações radicais nos últimos anos. Todas essas transformações e revoluções só foram possíveis a partir da transformação ocorrida no próprio ser humano. Não é a tecnologia que transforma o mundo, mas é o homem que o transforma com aquilo que cria e recria, e a tecnologia é apenas uma parcela dessa realidade. Existe uma visão limitada de que o homem precisa acompanhar as mudanças que ocorrem no mundo da tecnologia se desejar estar sempre atualizado e crescer. Em grande parte esse pensamento está equivocado, porque é o ser humano que tem evoluído e gerado as constantes mudanças. O mundo muda porque o ser humano está em constante evolução.

            O quadro então se inverte: as novas tecnologias e o comportamento das organizações aparecem como consequências do mover do ser humano pela história, de modo que ambos é que precisam se adequar a ele. São as pessoas que criam as mudanças, que por sua vez precisam se adequar às pessoas, que criaram novas mudanças e tendências, transformando ainda mais o futuro. Há uma interdependência e uma interação entre o criador e a sua criação. Esta é uma realidade que precisa ser pensada e transportada para as organizações, acima de tudo como uma preocupação constante de quem trabalha diretamente com as pessoas.

A realidade de hoje é muito mais que adequar o trabalhador às necessidades da empresa, mas adequar esta às necessidades do trabalhador. Se uma organização aspira mudanças e inovações, é nos seus colaboradores que ela enxergará o principal fator para essas mudanças. Esse novo entendimento do homem como agente de mudanças, como ser que cria e transforma constantemente o ambiente em que vive, tem trazido um novo sentido à maneira como as organizações lidam com os seus colaboradores. Reconhecer que o ser humano está a frente da tecnologia e, na verdade, é quem a cria, muda a concepção de relação entre a empresa e seus funcionários. Esta mudança de paradigma é algo que influencia diretamente a Gestão de Pessoas.

Então, se o homem não é reagente, mas agente; se ele é quem propicia as evoluções tecnológicas como pensador e arquiteto da evolução; se parte dele as transformações que o mundo empresarial vem sofrendo, é necessário repensar a forma como as pessoas vêm sendo consideradas nas organizações, partindo desse pressuposto de que as organizações são as pessoas, pois máquinas não geram máquinas nem podem criar por si só uma nova realidade. Que tipo de gestão existe na empresa moderna? Será que ela se adéqua a esse novo ser humano? As teorias dos recursos humanos e da gestão de pessoas suprem essa demanda? Qual o real valor do capital humano para a empresa?

Ao enxergar no ser humano algo além de uma máquina de fazer coisas e percebê-lo como agente principal das transformações organizacionais, muito além das tecnologias modernas, pude questionar o papel dos gestores de recursos humanos e de pessoas e a forma como ambos abordam o tema. Percebi que ainda existe um logo caminho a percorrer até que os gestores aceitem a verdade de que as pessoas são tudo dentro de uma empresa. O capital humano e intelectual é o bem mais precioso que se pode obter, um bem que jamais será escasso enquanto houver investimentos em treinamento e capacitação, enquanto houver a crença de que as pessoas são inteligentes e possuem habilidades e competências diversas que podem e devem ser aprimoradas e aproveitadas em benefício de todos.

Surgiu dessa reflexão a necessidade de pensar uma gestão de pessoas que levasse em conta o ser humano como agente de transformação, como ser pensante, repleto de sonhos e desejos que o fazem diferente das máquinas que ele opera. Valorizar este ser humano e contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional é o maior investimento que um gestor pode fazer na sua empresa. Mas que gestor? Que tipo de gestão? Desenvolveu-se então a teoria da Gestão com pessoas.



DESENVOLVENDO A TEORIA


            No início deste ano, comecei a cursar Gestão de Recursos Humanos, uma área bastante atraente e com grande potencial profissional no mercado de trabalho. Todavia, sempre que me vinha à mente ou ouvia em sala de aula o termo “recursos humanos”, algo me incomodava, porque eu não conseguia conceber o ser humano como apenas um recurso na empresa, mais um, além dos recursos financeiros e tecnológicos, ou mesmo recursos materiais e minerais. Que diferença haveria entre o aspecto humano e o material dentro do conceito de recursos? Isto me pareceu utilitarista demais, porque tomava o operário como algo a ser utilizado para os fins da empresa, algo que pode ser substituído e que não possui valor além da função que exerce em uma organização.

Foi quando deparei com o livro Gestão de Pessoas, de Idalberto Chiavenato, onde percebi uma visão nova da área, reconfigurada para atender às novas demandas organizacionais, onde o capital humano tem sido cada vez mais valorizado. Logo, comprei essa nova visão e essa nova nomenclatura: Gestão de Pessoas. Os humanos não eram apenas mais um dos recursos da empresa, mas passavam a ser vistos como sujeitos ativos e capazes, possuindo habilidades e competências a serem valorizadas e lapidadas pelo gestor. Segundo Chiavenato (2010, p. VII), “A Gestão de Pessoas tem sido responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em pela Era da Informação”. Esta é uma nova realidade para um novo tempo.

Entretanto, não demorou para que, em minhas divagações e leituras, eu começasse a repensar a própria terminologia “Gestão de Pessoas”. As minhas inquietações se tornaram ainda mais intensas quando iniciei um estudo aprofundado sobre a motivação humana no trabalho, onde aprendi o princípio mais básico da motivação: ninguém motiva ninguém, cada um motiva a si mesmo. Dessa verdade tão simples surgiu um questionamento inevitável: Se ninguém é capaz de motivar alguém, mas cada um é responsável por motivar-se, como pode alguém gerir alguém? Tal questionamento me remeteu ao pensamento do educador Paulo Freire, que eu já havia utilizado para falar a respeito de responsabilidade social e empreendedorismo social em um estudo anterior. Paulo Freire (1987, p. 68) escreveu: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

            Entendi nessa declaração um sentido mais amplo para a Gestão de Pessoas: “ninguém gere ninguém, ninguém se gere sozinho, os homens se gerem entre si”. De um ser que é gerido, o colaborador passa a ser senhor da sua própria história e cooperador para a construção da história dos seus parceiros e dos próprios gestores. Ambos atuam conjuntamente para o desenvolvimento organizacional, respeitando suas funções, cargos e a hierarquia, mas de forma sinergística, de modo que não há mecanicismo nem utilitarismo, mas a completude entre todas as partes envolvidas na gestão. Entender esta questão, longe de ser apenas um debate, é algo crucial para repensar a forma como lidaremos com as pessoas na organização. A maneira como pensamos e tomamos o ser humano, com certeza influenciará no trato que temos com ele, no valor que lhe daremos. Objeto (utilitarismo) ou recurso (mecanicismo)?

            Era necessário, então, aprofundar o tema e buscar uma nova compreensão na forma de tratar essa área tão importante nas organizações: aquela que trabalha diretamente com as pessoas. Pensando a cerca do assunto e me aprofundando ainda mais nas teorias administrativas históricas, cheguei à seguinte terminologia: Gestão com Pessoas. Quando achava que havia descoberto algo novo e revolucionário, descobri que o tema já vem sendo alvo de debate entre os teóricos da moderna Administração. Isto é bastante positivo, por dois motivos: primeiro, já existem estudos e pessoas comprometidas em transformar a Gestão de Pessoas em algo ainda mais humano e eficaz para as organizações, integrando gestores e colaboradores, que passam a ser vistos como parceiros; segundo: as minhas inquietações realmente apontavam para o caminho certo e tinham fundamento científico.

            Após descobrir a existência do termo “Gestão com Pessoas”, empreendi uma pesquisa para saber a opinião de outros pensadores a respeito do tema, o que me levou a descobrir que não diferem em nada daquilo que eu havia pensado. Um exemplo é o artigo “Gestão de Pessoas ou Gestão com Pessoas?”, escrito por Júlio César Vasconcelos para o site RH.com.br. Neste artigo bastante esclarecedor, o autor se utiliza das teorias gramaticais para avaliar qual o impacto desses dois conceitos nas organizações. Ao avaliar o termo “de pessoas”, Vasconcelos conclui que essa expressão, chamada de sintagma nominal, confere à gestão de pessoas uma função meramente restritiva, diferenciando Gestão de Pessoas de outros tipos de gestão, como de máquinas, equipamentos e até mesmo de animais. Assim como acontece com os recursos humanos, o trabalhador é colocado no mesmo nível das máquinas ou dos animais irracionais, utilizado de maneira passiva para atender às demandas da organização.

            Com relação ao termo “Gestão com Pessoas”, as suas observações coadunam com as minhas conclusões. Como adjunto adnominal, conforme explicita Vasconcelos, esse termo traz uma significação bem mais apropriada para aquilo que queremos falar quando pensamos em gerir pessoas. Há uma cooperação entre todas as partes envolvidas na administração, de modo que todos se envolvem e participam, na de forma irracional e passiva, mas ativamente, integrando competências e habilidades para o bem comum, onde todos saem lucrando. Esse tipo de entendimento já é realidade em grandes organizações, que valorizam a criatividade e o desempenho dos seus colaboradores, fornecendo estruturas que facilitam o seu desenvolvimento na empresa, com incentivos que vão além do financeiro e produzem motivação e bem-estar individual e coletivo.

            Novamente Chiavenato (idem, p. VII e VIII) também está na discussão e elucida um pouco mais os fatos:


Administrar com pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores e parceiros internos que mais entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações, criador da inovação e agregador de valor dentro das organizações. Mais do que isso, um agente proativo dotado de visão própria e, sobretudo, de inteligência, a maior e mais avançada e sofisticada habilidade humana.

            
            Um passo importante nessa nova concepção de gestão empresarial é o da compreensão do novo homem que compõe a sociedade. Para gerir com pessoas é necessário gerenciar os conflitos existentes entre as gerações. Há alguns anos, caberia uma visão mecanicista do trabalhador, onde cada operário era considerado apenas uma extensão da máquina que operava e todas as ações motivacionais das empresas estavam voltadas para o mero cumprimento de tarefas, onde as punições e humilhações eram partes integrantes do processo. Hoje, porém, com as a inovações tecnológicas e da informação, com a globalização e a ascensão da chamada “geração Y”, manter essa postura é impraticável e pode significar a derrocada da empresa.

            O novo homem da nova sociedade tem pleno conhecimento de si e do seu valor como ser humano e profissional. Ele está apto a escolher entre diversas opções de empresas aquela que lhe oferece melhores salários e maior satisfação no trabalho. Ele sabe o que acontece em vários estados do seu país e em todas as partes do mundo, estando ligado às inovações do mercado, às revoluções científicas, filosóficas, econômicas e sociais que podem beneficiá-lo ou não. Dessa forma, não se limita mais ao pequeno espaço a sua volta, mas deseja expandir-se, transformar-se para acompanhar as constantes evoluções de um mundo que muda a cada minuto. Este novo homem jamais aceitará que seus talentos, suas competências, suas opiniões e suas decisões sejam renegados em benefício de alguma organização. Ele possui uma noção elevada do seu valor intrínseco.



SUBSSÍDIOS PARA UMA GESTÃO COM PESSOAS


O primeiro elemento a ser explorado é a necessidade de uma mudança estrutural da mentalidade das organizações, que acompanhe de perto essa revolução e permita que essas inovações aconteçam. Gerir pessoas não é mais uma realidade aceitável, mas é preciso gerir com pessoas, tornando-as parte integrante da organização, amigas, parceiras e atoras dos processos organizacionais. É preciso repensar o papel do Gestor de Recursos Humanos e a sua metodologia. É importante que as teorias relacionadas à moderna Gestão de Pessoas sejam colocadas em prática e deixem de ser apenas belas teorias acadêmicas escritas em livros e manuais. Não há como negar o fato de que o trabalhador é quem dá a cara da empresa, que é ele quem empresta suas habilidades para que ela cresça e se solidifique. Mais do que recompensá-lo pelo seu bom desempenho, os gestores devem agregar valor a ele, tornando-o um verdadeiro cooperador.

Eis algumas ações que podem contribuir para a transformação da Gestão de Pessoas em uma moderna Gestão com Pessoas:


·         Criar ambientes de aprendizagem na empresa.

·         Manter uma visão holística das pessoas na organização.

·         Trabalhar as inteligências múltiplas (lógico-matemática, espacial, corporal-cinestética, musical, interpessoal, intrapessoal e naturalista).

·         Manter o foco nas competências na avaliação de desempenho.

·         Participação dos colaboradores nos lucros da empresa.

·         Incentivo à livre expressão do pensamento e estímulo à criatividade.

·         Participação ativa de todos nas tomadas de decisão.

·         Comunicação aberta e eficaz, eliminando ruídos e canais burocráticos.

·         Programas de incentivos salariais, como recompensas e remuneração diferenciada.

·         Investimento constante em treinamento e capacitação, inclusive com investimento na formação acadêmica dos colaboradores.

·         Atenção especial às necessidades individuais e pessoais dos colaboradores como fator de produtividade e motivação.

·         Cursos e programações sociais que envolvam a família dos colaboradores.

·         Descentralização do controle administrativo e diminuição dos níveis hierárquicos.

·         Líderes como facilitadores e não mais como gerentes.

·         Gestão afetiva, com a valorização dos aspectos emocionais dos indivíduos.

·         Identificação, aproveitamento e desenvolvimento do capital intelectual.

·         Promoção da motivação ascendente, descendente e horizontal.

·         Valorização, potencialização e otimização dos grupos informais.

·         Entendimento das pessoas como gestoras de si mesmas e co-gestoras da empresa.

·         Investimento em saúde e segurança no ambiente de trabalho, com ações que promovam o bem-estar físico, mental e social dos colaboradores.

·         Administração ética.

·         Fomentação do empreendedorismo.

·         Identificação e valorização dos diversos tipos de personalidades e temperamentos como fatores motivacionais e de crescimento organizacional, promovendo não somente a adequação desses fatores às demandas da empresa, mas a sua integração e interação.

·         Compreensão e estímulo da capacidade das pessoas de sonhar e reinventar-se sempre.



CONCLUSÃO


            Concluo expressando uma ideia que, assim como a Gestão com Pessoas, não é nova, mas continua sendo revolucionária. Quando nos manifestamos com relação aos pontos anteriores, aos subsídios para uma moderna gestão que valorize as pessoas como tais e promovam o seu crescimento dentro da organização, não podemos nos ater apenas aos colaboradores. O envolvimento nessas competências e na forma como a gestão se encaminhará deve partir primeiramente dos empresários e gestores, envolvendo seus gerentes e líderes. Aqueles que estão no topo da pirâmide, se quiserem invertê-la para se adequar às novas demandas organizacionais, precisam também enfrentar o processo de aprendizagem e mudança.

Como enxergar no colaborador um ser humano sem enxergar-se humano? Como entregar a ele a autonomia de gerir a si próprio em interação com os demais membros da equipe sem antes conseguir fazer isto ser real na própria vida? Como enxergar talentos e limitações nos outros quando não se consegue fazer isso consigo mesmo? Quando falamos em inteligências múltiplas e gestão por competências, estamos nos referindo, também, aos gestores e seus encarregados. Todos os pontos abordados acima só serão possíveis quanto todos os níveis da pirâmide organizacional interagirem entre si, se tornarem humildes e abertos às mudanças necessárias. Entender-se como ser humano falho e limitado faz urgir mudanças, rompendo com aquilo que está estabelecido, mexendo com a nossa tranquilidade e comodismo para assumir riscos e participar do longo processo de aprendizado, do qual ninguém está isento de necessitar.




 Questões para fomentar o debate


1. Qual o papel da liderança nessa nova compreensão de gestão?

 2. Que ações o gestor de Recursos Humanos ou de Pessoas deve praticar para transformar seus funcionários em colaboradores e parceiros da empresa?

 3. Quais são os principais pontos da moderna Gestão de Pessoas que podem contribuir para uma nova Gestão com pessoas?

4. Se o termo “gestor de Recursos Humanos” ou “gestor de Pessoas” não são convenientes à nova visão de “Gestão com Pessoas”, como se poderá designar aquele que trabalha com esse tipo de gestão?

5. O que as pessoas devem fazer na empresa para se gerirem entre si?

 6. Que influência a Gestão com Pessoas exerce na comunicação organizacional, nas relações interpessoais e no trabalho em equipe e de que modo ela atua nesses três elementos?




Bibliografia


ARMSTRONG, Thomas. Inteligências múltiplas na sala de aula. 2. ed. Rio Grande do Sul: Artmed, 2001.


CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.


FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 32. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.


ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e mudança. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2007.


SACRISTÁN, José Gimeno. Educar por competências: O que há de novo? Rio Grande do Sul: Artmed, 2011.










11 de maio de 2012.