UNP – ESCOLA DE GESTÃO DE NEGÓCIOS
CURSO CST EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
DISCIPLINA: ÉTICA E SOCIEDADE – TURMA 2NA – 11/09/12
PROFESSORA: ANA KARLA
ALUNO: MIZAEL DE SOUZA XAVIER
RELATÓRIO BASEADO NO FILME “A VIRADA”
O
filme “A Virada” apresenta a história do dono de uma revendedora de carros
usados nos Estados Unidos, Jay Austim, que se utiliza da má fé para comandar os
seus negócios. Ele e seus funcionários vendem carros com o preço muito acima do
mercado, visando obter o maior lucro possível. Para isto, eles mentem a
respeito de possíveis problemas que os carros possam ter e de sua procedência,
fazendo com que seus clientes achem que estão fazendo um grande negócio. Num
dos primeiros carros vendidos mostrados no filme, eles obtém um lucro de US$ 3.000,00,
ocultando do cliente que se tratava de um carro batido.
Considerado
por seus funcionários como um modelo de vendedor de carros, porque consegue
enganar as pessoas e lhes vender tudo, Jay deixa claro que o negócio só é bom
quando é bom para ele. Para obter lucro, ele não se importa em enganar o pastor
da igreja que frequenta com a sua esposa e filho. Neste momento, porém, ele se
vê diante de algo inusitado: o pastor ora por ele e pede que Deus o trate da
mesma forma como ele o tratou, e isto o leva a pensar a respeito das suas
atitudes. Outro momento em que ele para para refletir é quando ouve o filho
dizer que sabe que o pai mente para os outros para vender os carros.
Este
filme levanta inúmeras questões éticas e morais. Creio que os pontos principais
levantados sejam a verdade, a honestidade e a justiça, temas polêmicos e
pertinentes para mundo em que vivemos. A forma como o protagonista conduzia os
seus negócios era antiética. Ele era ao mesmo tempo mentiroso, desonesto e
injusto para com os seus clientes, funcionários e a sua própria família. Tais
atitudes refletiam na maneira como seus próprios vendedores agiam com os
clientes, porque se espelhavam nos seus ensinamentos e no seu modelo de
comportamento. A única exceção parecia ser dois funcionários que não eram
vendedores, acima de tudo o mecânico da loja, que demonstrava ser uma pessoa de
Deus.
Após
a oração do pastor, o protagonista começou a repensar as suas atitudes, a forma
desonesta como vinha dirigindo seu negócio. A sua própria família era vítima da
sua vida antiética, de modo que ele não dava atenção ao filho a já passava a
tratar mal a sua esposa. Isto nos mostra que todas as áreas da nossa vida são
afetadas quando não possuímos nenhum compromisso com a verdade, a honestidade e
justiça. Numa cena marcante, Jay está assistindo o culto com a sua família e
chega o momento de recolher as ofertas. Ele olha dentro do envelope da sua
oferta e vê que está vazio, mas ainda assim o deposita como se estivesse cheio.
Outro problema ético que podemos observar no filme é o fato de ele estar
devendo dinheiro ao banco e este o ameaça tomar seus carros se a dívida não
fosse quitada até certo dia. Isto fazia com que ele se esforçasse ainda mais
para vender seus carros, mesmo a preços injustos.
A grande virada do filme, talvez
aquela que tenha lhe dado o título, aconteceu, a meu ver, a partir do momento
em que ele está diante da TV e para num canal onde um pastor está pregando.
Entre outras coisas que tocaram profundamente o seu coração, o pastor afirmou:
“Nós estamos no estado em que estamos por causa das nossas escolhas... As
pessoas se sentem escravizadas e frustradas porque não querem ouvir o que Deus
diz, não querem ouvir a Palavra de Deus”. Ele era um homem escravizado por suas
atitudes antiéticas e imorais, frustrado por conta de dívidas que não podia
pagar, por um filho que sabia que ele mentia e por um casamento que não ia bem,
apesar da sua esposa insistir em se manter firme diante daquelas
circunstâncias. Dentro dele algo o incomodava para que ele desse um novo rumo à
sua vida e mudasse as suas atitudes. Assim que foi confrontado com as suas
próprias atitudes, Jay começou a se abrir para uma possível transformação no
seu caráter, passou a repensar as suas atitudes e a observar o quanto estava
contaminando as pessoas a sua volta, ao ponto dele afirmar que nós “Não devemos
julgar as pessoas por algo que nós mesmos não fazemos”.
O
Salmo primeiro foi algo decisivo para que ele tomasse a decisão que mudaria a
sua vida, especialmente os versículos 5 e 6, que dizem: “Por isso os perversos
não prevalecerão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Pois o
Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”. Ele
aprendeu que Deus conhece o nosso coração e sabe quem somos. A partir dali ele
se arrependeu dos seus pecados, orou a Deus decidindo-se por Jesus, colocando
seu negócio e a sua vida sob o seu controle. O seu novo compromisso seria: ser
honesto nos negócios e ter bom relacionamento com a família, com a ajuda de Deus.
Após
tornar Deus senhor da sua vida, ele pediu perdão a sua esposa, se reconciliou
com o seu filho e pediu desculpas aos seus funcionários por não ter dirigido a
empresa com honestidade e respeito e por não ter dado o exemplo que deveria. A
partir daquele instante ele iria mudar a forma de trabalhar para ter a sua
consciência tranquila diante de Deus. Além de comandar seus negócios sem
precisar sentir remorso das suas atitudes erradas, ele começaria a tratar as
pessoas como gostaria de ser tratado. Embora tenha perdido os seus dois
vendedores, que não admitiam a mudança repentina e radical e temiam ganhar
menos e trabalhar mais, as consequências da sua decisão foram positivas,
obtendo o reconhecimento social, a paz no seu lar e o pagamento da sua dívida com
o banco. Acima de tudo, ele ganhou um tesouro imperecível no céu: a sua
salvação.
Algumas
questões relevantes
Uma
das maiores observações que posso fazer a respeito deste filme, resume-se numa
pergunta: Como falar de ética e de moral numa sociedade que prega e vive o
relativismo, que ensina que não existe o certo ou o errado e que ambos são uma
questão de ponto de vista individual, de cultura? E ainda: Como ensinar que
existe uma ética e uma moral quando a maioria dos estudiosos afirma não haver
valores e verdades absolutos? Embora existam as leis feitas para punir aqueles
que andam “fora das regras”, os estatutos que garantem direitos especiais às
classes consideradas oprimidas (mulheres, idosos, crianças, adolescentes,
etc.), e embora a Constituição de cada país e a Declaração Universal dos
Direitos Humanos afirmem haver normas que devem ser absolutas (como a
liberdade, a igualdade e a fraternidade), não é isto que muitos pregam e vivem,
de modo que o errado para um pode ser o certo para outro e ambos precisam se
respeitar.
No
filme “A Virada”, estamos diante de questões éticas – honestidade, verdade,
justiça – que são comuns a todos nós e com as quais nos deparamos todos os
dias. As atitudes do protagonista e dos seus empregados são apenas sombra da
forma como comandamos nossa vida, nossos relacionamentos, nossos negócios e
como muitos políticos dirigem a nação. Estamos sempre tentando obter vantagem
própria em cima das pessoas, não nos importando com quais consequências isso
lhes trará. Assim como o protagonista do filme, permitimos que esse estado de
coisas influencie em todas as áreas da nossa vida, transtorne nossos
relacionamentos, crie inimizades, denigra a nossa imagem e acima de tudo, nos
afaste de Deus. Quanto mais antiéticos e amorais nos tornamos, mais
desumanizados ficamos e isto não nos parece incomodar. Afinal de contas, não
existe o certo nem o errado e cada um de nós se sente livre para viver da
maneira que quiser. Nossos direitos estão garantidos!
Diante
das atitudes de Jay ao dirigir o seu negócio e a sua vida, podemos nos
perguntar: será que realmente os fins justificam os meios? Por conta da sua
dívida para com o banco e da necessidade de saudá-la sob o risco de perder os
seus carros ele deveria optar pelo lucro fácil em detrimento da moral e da
justiça? Ainda que perder a sua mercadoria significasse passar vários apertos
com sua esposa grávida e seu filho, ele estava correto em agir daquela maneira?
Para ele, a desonestidade era a única saída, até provar que é possível
prosperar sendo fiel a Deus e justo no seu negócio e na sua vida. Por mais
lucro que obtia com a venda fraudulenta dos automóveis, ele não tinha paz no
coração e vivia sempre sob a possibilidade de ser descoberto, como de fato
aconteceu com os seus concorrentes apontados numa reportagem de TV negociando
desonestamente, enquanto ele, já vivendo na verdade, preferia obter o lucro
justo e dormir com a consciência tranquila.
Há,
porém, uma questão muito importante no filme e que representa a grande virada
na vida daquele vendedor desonesto de carros usados: a ética e a moral
absolutas de Deus e da sua Palavra. Somente quando confrontado com a Palavra de
Deus é que ele pode repensar as suas atitudes. Somente a partir do momento em
que Deus mostrou o quanto ele estava errado, foi que ele caiu em si e buscou
viver valores elevados. Isto se deu por meio de sua conversão a Jesus Cristo,
por uma mudança de mentalidade que gerou mudança de atitudes. Além de repensar
seu procedimento antiético, ele reconheceu suas fraquezas, admitiu seus erros e
suas limitações. A sua vida é um exemplo de conversão: deixar de fazer o que é
errado e passar a fazer o que é certo.
Conclusão
Dentro
da própria ética cristã existem valores que às vezes se demonstram
conflitantes. Por exemplo: adulterar é errado, mas se uma mulher for obrigada a
manter relações com um homem para salvar a vida da sua filha das mãos de um
estuprador, ela deverá ser condenada? O que é mais precioso: a norma ou a vida?
São questões que merecem um estudo mais acurado. Mas a conclusão que tiro do
filme e das questões éticas abordadas, é que existem normas universais a serem
seguidas para o bom funcionamento da sociedade. Nem sempre uma atitude ética e
moral corretas nos garantirão sucesso, pois vivemos em uma sociedade que prega
que não existem valores, que fazem músicas exaltando a embriaguez e a
prostituição, que produze leis que beneficiam criminosos, que se vende a preços
negociados no mercado da corrupção e da propina. Ser ético e moral pode
significar a morte em casos extremos.
Porém,
o que o filme conseguiu passar é que não existe dinheiro capaz de comprar a
nossa paz com Deus, a nossa consciência tranquila e o respeito da nossa família
e amigos. Por maiores que sejam os lucros obtidos por um negócio antiético e
imoral, as consequências para a nossa vida espiritual, social e familiar são
drásticas. A partir do momento em que o protagonista optou por entregar seu
negócio e sua vida a Deus, não somente as suas atitudes mudaram, mas as
próprias pessoas reconheceram-no como uma nova criatura, e isto o fez
prosperar. Logo, vale a pena cultivar uma vida pautada pela ética e pela moral,
acima de tudo baseada nos valores absolutos e imutáveis da Palavra de Deus, que
é santa, perfeita e capaz de discernir até mesmo os pensamentos do homem, de
tocar no mais profundo da sua alma.
disse td
ResponderExcluirBoa analise do filme
ResponderExcluirExcelente, uma análise completa, afinal o filme é , também, religioso e não tem como falar do filme sem citar o autor da virada, Deus.
ResponderExcluirParabéns!!!
Obrigada pela resenha....Gratidão
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