terça-feira, 30 de outubro de 2012

RELATÓRIO BASEADO NO FILME “A VIRADA”


UNP – ESCOLA DE GESTÃO DE NEGÓCIOS
CURSO CST EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
DISCIPLINA: ÉTICA E SOCIEDADE – TURMA 2NA – 11/09/12
PROFESSORA: ANA KARLA
ALUNO: MIZAEL DE SOUZA XAVIER



RELATÓRIO BASEADO NO FILME “A VIRADA”



            O filme “A Virada” apresenta a história do dono de uma revendedora de carros usados nos Estados Unidos, Jay Austim, que se utiliza da má fé para comandar os seus negócios. Ele e seus funcionários vendem carros com o preço muito acima do mercado, visando obter o maior lucro possível. Para isto, eles mentem a respeito de possíveis problemas que os carros possam ter e de sua procedência, fazendo com que seus clientes achem que estão fazendo um grande negócio. Num dos primeiros carros vendidos mostrados no filme, eles obtém um lucro de US$ 3.000,00, ocultando do cliente que se tratava de um carro batido.
            Considerado por seus funcionários como um modelo de vendedor de carros, porque consegue enganar as pessoas e lhes vender tudo, Jay deixa claro que o negócio só é bom quando é bom para ele. Para obter lucro, ele não se importa em enganar o pastor da igreja que frequenta com a sua esposa e filho. Neste momento, porém, ele se vê diante de algo inusitado: o pastor ora por ele e pede que Deus o trate da mesma forma como ele o tratou, e isto o leva a pensar a respeito das suas atitudes. Outro momento em que ele para para refletir é quando ouve o filho dizer que sabe que o pai mente para os outros para vender os carros.
            Este filme levanta inúmeras questões éticas e morais. Creio que os pontos principais levantados sejam a verdade, a honestidade e a justiça, temas polêmicos e pertinentes para mundo em que vivemos. A forma como o protagonista conduzia os seus negócios era antiética. Ele era ao mesmo tempo mentiroso, desonesto e injusto para com os seus clientes, funcionários e a sua própria família. Tais atitudes refletiam na maneira como seus próprios vendedores agiam com os clientes, porque se espelhavam nos seus ensinamentos e no seu modelo de comportamento. A única exceção parecia ser dois funcionários que não eram vendedores, acima de tudo o mecânico da loja, que demonstrava ser uma pessoa de Deus.
            Após a oração do pastor, o protagonista começou a repensar as suas atitudes, a forma desonesta como vinha dirigindo seu negócio. A sua própria família era vítima da sua vida antiética, de modo que ele não dava atenção ao filho a já passava a tratar mal a sua esposa. Isto nos mostra que todas as áreas da nossa vida são afetadas quando não possuímos nenhum compromisso com a verdade, a honestidade e justiça. Numa cena marcante, Jay está assistindo o culto com a sua família e chega o momento de recolher as ofertas. Ele olha dentro do envelope da sua oferta e vê que está vazio, mas ainda assim o deposita como se estivesse cheio. Outro problema ético que podemos observar no filme é o fato de ele estar devendo dinheiro ao banco e este o ameaça tomar seus carros se a dívida não fosse quitada até certo dia. Isto fazia com que ele se esforçasse ainda mais para vender seus carros, mesmo a preços injustos.
            A grande virada do filme, talvez aquela que tenha lhe dado o título, aconteceu, a meu ver, a partir do momento em que ele está diante da TV e para num canal onde um pastor está pregando. Entre outras coisas que tocaram profundamente o seu coração, o pastor afirmou: “Nós estamos no estado em que estamos por causa das nossas escolhas... As pessoas se sentem escravizadas e frustradas porque não querem ouvir o que Deus diz, não querem ouvir a Palavra de Deus”. Ele era um homem escravizado por suas atitudes antiéticas e imorais, frustrado por conta de dívidas que não podia pagar, por um filho que sabia que ele mentia e por um casamento que não ia bem, apesar da sua esposa insistir em se manter firme diante daquelas circunstâncias. Dentro dele algo o incomodava para que ele desse um novo rumo à sua vida e mudasse as suas atitudes. Assim que foi confrontado com as suas próprias atitudes, Jay começou a se abrir para uma possível transformação no seu caráter, passou a repensar as suas atitudes e a observar o quanto estava contaminando as pessoas a sua volta, ao ponto dele afirmar que nós “Não devemos julgar as pessoas por algo que nós mesmos não fazemos”.
            O Salmo primeiro foi algo decisivo para que ele tomasse a decisão que mudaria a sua vida, especialmente os versículos 5 e 6, que dizem: “Por isso os perversos não prevalecerão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos. Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá”. Ele aprendeu que Deus conhece o nosso coração e sabe quem somos. A partir dali ele se arrependeu dos seus pecados, orou a Deus decidindo-se por Jesus, colocando seu negócio e a sua vida sob o seu controle. O seu novo compromisso seria: ser honesto nos negócios e ter bom relacionamento com a família, com a ajuda de Deus.
            Após tornar Deus senhor da sua vida, ele pediu perdão a sua esposa, se reconciliou com o seu filho e pediu desculpas aos seus funcionários por não ter dirigido a empresa com honestidade e respeito e por não ter dado o exemplo que deveria. A partir daquele instante ele iria mudar a forma de trabalhar para ter a sua consciência tranquila diante de Deus. Além de comandar seus negócios sem precisar sentir remorso das suas atitudes erradas, ele começaria a tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. Embora tenha perdido os seus dois vendedores, que não admitiam a mudança repentina e radical e temiam ganhar menos e trabalhar mais, as consequências da sua decisão foram positivas, obtendo o reconhecimento social, a paz no seu lar e o pagamento da sua dívida com o banco. Acima de tudo, ele ganhou um tesouro imperecível no céu: a sua salvação.


Algumas questões relevantes

            Uma das maiores observações que posso fazer a respeito deste filme, resume-se numa pergunta: Como falar de ética e de moral numa sociedade que prega e vive o relativismo, que ensina que não existe o certo ou o errado e que ambos são uma questão de ponto de vista individual, de cultura? E ainda: Como ensinar que existe uma ética e uma moral quando a maioria dos estudiosos afirma não haver valores e verdades absolutos? Embora existam as leis feitas para punir aqueles que andam “fora das regras”, os estatutos que garantem direitos especiais às classes consideradas oprimidas (mulheres, idosos, crianças, adolescentes, etc.), e embora a Constituição de cada país e a Declaração Universal dos Direitos Humanos afirmem haver normas que devem ser absolutas (como a liberdade, a igualdade e a fraternidade), não é isto que muitos pregam e vivem, de modo que o errado para um pode ser o certo para outro e ambos precisam se respeitar.
            No filme “A Virada”, estamos diante de questões éticas – honestidade, verdade, justiça – que são comuns a todos nós e com as quais nos deparamos todos os dias. As atitudes do protagonista e dos seus empregados são apenas sombra da forma como comandamos nossa vida, nossos relacionamentos, nossos negócios e como muitos políticos dirigem a nação. Estamos sempre tentando obter vantagem própria em cima das pessoas, não nos importando com quais consequências isso lhes trará. Assim como o protagonista do filme, permitimos que esse estado de coisas influencie em todas as áreas da nossa vida, transtorne nossos relacionamentos, crie inimizades, denigra a nossa imagem e acima de tudo, nos afaste de Deus. Quanto mais antiéticos e amorais nos tornamos, mais desumanizados ficamos e isto não nos parece incomodar. Afinal de contas, não existe o certo nem o errado e cada um de nós se sente livre para viver da maneira que quiser. Nossos direitos estão garantidos!
            Diante das atitudes de Jay ao dirigir o seu negócio e a sua vida, podemos nos perguntar: será que realmente os fins justificam os meios? Por conta da sua dívida para com o banco e da necessidade de saudá-la sob o risco de perder os seus carros ele deveria optar pelo lucro fácil em detrimento da moral e da justiça? Ainda que perder a sua mercadoria significasse passar vários apertos com sua esposa grávida e seu filho, ele estava correto em agir daquela maneira? Para ele, a desonestidade era a única saída, até provar que é possível prosperar sendo fiel a Deus e justo no seu negócio e na sua vida. Por mais lucro que obtia com a venda fraudulenta dos automóveis, ele não tinha paz no coração e vivia sempre sob a possibilidade de ser descoberto, como de fato aconteceu com os seus concorrentes apontados numa reportagem de TV negociando desonestamente, enquanto ele, já vivendo na verdade, preferia obter o lucro justo e dormir com a consciência tranquila.
            Há, porém, uma questão muito importante no filme e que representa a grande virada na vida daquele vendedor desonesto de carros usados: a ética e a moral absolutas de Deus e da sua Palavra. Somente quando confrontado com a Palavra de Deus é que ele pode repensar as suas atitudes. Somente a partir do momento em que Deus mostrou o quanto ele estava errado, foi que ele caiu em si e buscou viver valores elevados. Isto se deu por meio de sua conversão a Jesus Cristo, por uma mudança de mentalidade que gerou mudança de atitudes. Além de repensar seu procedimento antiético, ele reconheceu suas fraquezas, admitiu seus erros e suas limitações. A sua vida é um exemplo de conversão: deixar de fazer o que é errado e passar a fazer o que é certo.


Conclusão

            Dentro da própria ética cristã existem valores que às vezes se demonstram conflitantes. Por exemplo: adulterar é errado, mas se uma mulher for obrigada a manter relações com um homem para salvar a vida da sua filha das mãos de um estuprador, ela deverá ser condenada? O que é mais precioso: a norma ou a vida? São questões que merecem um estudo mais acurado. Mas a conclusão que tiro do filme e das questões éticas abordadas, é que existem normas universais a serem seguidas para o bom funcionamento da sociedade. Nem sempre uma atitude ética e moral corretas nos garantirão sucesso, pois vivemos em uma sociedade que prega que não existem valores, que fazem músicas exaltando a embriaguez e a prostituição, que produze leis que beneficiam criminosos, que se vende a preços negociados no mercado da corrupção e da propina. Ser ético e moral pode significar a morte em casos extremos.
            Porém, o que o filme conseguiu passar é que não existe dinheiro capaz de comprar a nossa paz com Deus, a nossa consciência tranquila e o respeito da nossa família e amigos. Por maiores que sejam os lucros obtidos por um negócio antiético e imoral, as consequências para a nossa vida espiritual, social e familiar são drásticas. A partir do momento em que o protagonista optou por entregar seu negócio e sua vida a Deus, não somente as suas atitudes mudaram, mas as próprias pessoas reconheceram-no como uma nova criatura, e isto o fez prosperar. Logo, vale a pena cultivar uma vida pautada pela ética e pela moral, acima de tudo baseada nos valores absolutos e imutáveis da Palavra de Deus, que é santa, perfeita e capaz de discernir até mesmo os pensamentos do homem, de tocar no mais profundo da sua alma. 

4 comentários:

  1. Excelente, uma análise completa, afinal o filme é , também, religioso e não tem como falar do filme sem citar o autor da virada, Deus.
    Parabéns!!!

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  2. Obrigada pela resenha....Gratidão

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